quinta-feira, 21 de maio de 2015

Parque Gaúcho resgata antigos ofícios do pampa

O Parque Gaúcho Centro Cultural de Gramado(RS) preparou uma programação especial para participar da 13ª Semana Nacional de Museus, que vai até domingo, 24. Em alusão ao evento, a equipe técnica criou a Exposição Ofícios do Pampa, que resgata alguns dos antigos ofícios dos gaúchos. Guasqueiro, carreteiro, domador, tecelã e ferreiro são as atividades apresentadas no Memorial do Gaúcho.

Com o tema “Museus para uma Sociedade Sustentável”, o evento é uma temporada cultural promovida pelo Instituto Brasileiro de Museus (IBRAM) em todo o território nacional. Segundo a responsável técnica do Parque Gaúcho, Fernanda Valente de Souza, a exposição possui relação direta com o tema da Semana dos Museus. “O gaúcho utilizou e manipulou tudo o que o meio oferecia para suas necessidades. Os guasqueiro utilizava o couro cru para a fabricação de arreios para a montaria”, exemplifica Fernanda.

Conforme ela, os estudantes do 5º ano da rede público de Gramado estão visitando a exposição gratuitamente. “Em parceria com a Secretaria Municipal de Educação, lançamos também durante a Semana dos Museus o programa Escola no Museu”, frisa, com o objetivo de levar mais arte, história e cultura aos alunos.

OS ANTIGOS OFÍCIOS DO PAMPA


Guasqueiro: artífice que trabalha exclusivamente com o couro cru, sem ser curtido. A origem do ofício remonta o período que ficou conhecido como o Ciclo do Couro no Pampa (século XVIII), quando o couro era utilizado para uma infinidade de utilidades. Entre elas, a fabricação de arreios para montaria, que era desenvolvido pelos guasqueiros. Curiosidade: o nome Guasqueiro tem origem na palavra “guasca” do dialeto quéchua, que significa pedaço ou tira de couro.

Carreteiro: nome dado ao condutor de carreta ou carro de bois, transporte tradicional que remonta ao período de colonização na região pampeana. De construção artesanal e muitas vezes feita pelo próprio carreteiro, a carreta possui duas grandes rodas e é geralmente puxada por duas ou mais juntas de bois. Os carreteiros prestaram grande serviço no passado, transportando as mercadorias até os locais mais isolados do pampa em uma época em que estradas e pontes eram precárias ou inexistentes.

Domador: profissional responsável por amansar e preparar os cavalos para montaria nas estâncias gaúchas. O ofício tem suas origens na fusão da equitação introduzida pelos europeus aliada às técnicas desenvolvidas por índios pampeanos e gaúchos.

Curiosidade: Os índios pampeanos tornaram-se exímios domadores desenvolvendo uma doma que submetia o cavalo pela confiança e não pelo medo, criando um tipo de doma que hoje chamamos de “racional”.

Tecelã: a tecelagem é milenar, acompanha o ser humano desde os primórdios da civilização. Na América do Sul, alguns povos indígenas já teciam lãs de animais como a Lhama, Vicunha e outros nativos da região. Foram os jesuítas os introdutores de rebanhos ovinos na região pampeana, assim como também de algumas técnicas de tecelagem. Curiosidade: o trabalho de fiar a lã e tecer agasalhos para o rigoroso inverno pampeano tornou-se um artesanato típico gaúcho, desenvolvido principalmente pelas mulheres do meio rural.

Ferreiro: ofício milenar introduzido na região pampeana a partir do século XVII pelos jesuítas, que conseguiram na época extrair minérios para fundição de sinos, ferramentas e outros utensílios. Com o fim das Missões Jesuíticas, as ferrarias ficaram reduzidas as poucas existentes nas fortificações portuguesas e espanholas, que ainda dependiam do pouco e valioso aço importado da Europa. Em função da escassez de ferro no século XVIII, uma faca poderia valer dezenas cabeças de bois ou cavalos. No século seguinte, o metal ficou um pouco mais acessível, e começam a surgir ferrarias nos povoados, instaladas geralmente por ferreiros imigrantes que passam a fabricar ferraduras, eixos de carretas, enxadas e a indispensável faca do gaúcho.

SAIBA MAIS
O Parque Gaúcho foi reconhecido pelo Ministério da Cultura como o principal empreendimento da cultura gaúcha do Conesul. O atrativo turístico cultural, que possui 120 mil m², resgata a história do gaúcho originário, seus usos e costumes. O parque fica no Km 35 da ERS-115, na mesma entrada do Gramadozoo, e funciona diariamente das 10h às 18h.

www.parquegaucho.com.br

Fonte:
Halder Ramos – Assessoria de Imprensa
Jornalista DRT/RS: 13.679
54.9621.7500